quinta-feira, fevereiro 19, 2009

O dia em que plantei um homem

O firmamento contemplava meu momento
Aquele momento: eu e a semente.
Eu queria cultivar ali o que germina em meu peito,
o alvoroço do que sinto.
Plantar meu desejo.

O desejo das mãos dadas, dos passos cadenciados,
unidos no mesmo rumo.
Eu queria plantar ali, naquele solo fértil,
aquilo que brota em mim, na terra da minha alma,
Cultivar aquilo que me transborda e germina.

É...
O firmamento contemplava aquele momento,
O sol espreitava o meu agir,
Como um rito,
Um culto...
plantei o meu gêmeo,
aquele que me sorve,
me alimenta,
me faz sedenta.

Plantei aquele que me faz forte e frágil,
Muito e míngua,
O que agrada e descontenta,
Divide e multiplica,
Amor e o contrário.

É... plantei um homem,
Plantei MEU homem,
E junto dele meu desejo,
Que carrego no peito, alma e vida minha.


* Para ela, aquela moça que plantou um homem...
e eu... eu estava lá!