É... hoje um amigo me disse que as coisas que escrevo não passam de meros desabafos...
Pensei, tudo bem, não sou nenhum Drummond, Lispector, Veríssimo ou tão pouco o Pessoa! Mas pergunto: Qual desses aí não escreve seus desabafos? Deixei pra lá, continuei escrevendo, senão ele iria acabar me convencendo...
quarta-feira, maio 31, 2006
quinta-feira, maio 25, 2006
Tarde fria, quente a alma
Tarde fria...
quente a alma... Ela que acabara de declarar seu amor ao mundo, descansa na calçada.
Observa o movimento, que naquele momento, parecia estar mais lento.
O vai-e-vem dos mais apressados, o zumbido do trânsito alvoroçado.
A brisa acaricia seu rosto e anuncia um tempo mais amistoso.
Respira fundo...
Uma senhora atravessa a rua e seus olhares se cruzam.
Ela tenta decifrar os segredos daquele olhar. Negros, cansados... blindados. Traduziam uma vida menos feliz...
Depois uma criança, inocência, outra esperança...
Seu corpo se entrega ao tempo, ao vento... Ela que acabara de declarar seu amor ao mundo.
quente a alma... Ela que acabara de declarar seu amor ao mundo, descansa na calçada.
Observa o movimento, que naquele momento, parecia estar mais lento.
O vai-e-vem dos mais apressados, o zumbido do trânsito alvoroçado.
A brisa acaricia seu rosto e anuncia um tempo mais amistoso.
Respira fundo...
Uma senhora atravessa a rua e seus olhares se cruzam.
Ela tenta decifrar os segredos daquele olhar. Negros, cansados... blindados. Traduziam uma vida menos feliz...
Depois uma criança, inocência, outra esperança...
Seu corpo se entrega ao tempo, ao vento... Ela que acabara de declarar seu amor ao mundo.
terça-feira, maio 23, 2006
Melodramático dia
Ela acorda cedo, água fria, diante do espelho (espelho, espelho seu) já encontra rugas a mais em seu rosto. Começa aí seu doce e melodramático dia! As vezes é assim... muitas vezes. Veste aquela blusa branca e descobre que não estava tão branca assim, tira e troca pelo "conjuntinho" azul que ganhou da amiga quando comemorou o dramático 30º aniversário... (Felizmente, atualmente, sabe como Balzac descreveu tais beldades) descobre que o zipper estava estragado, além de a deixar meio "fat"... revira as gavetas e descobre um vestido de alcinha estampado... "fat" de novo! Ô dia! Veste mil roupas e nenhuma lhe cai bem... opta pelo "pretinho básico", apesar do calor estar de matar (ar condicionado serve para isso...) Corre novamente para o espelho e passa "aquele" batom, o "tal" que mais combina com sua pele, quando percebe que o fantástico Payot está quase no fim, é o fim! Precisa pensar onde encontrará um exatamente igual para comprar. Bem, borra-se com o rímel e desiste na segunda tentativa... Sai as pressas sem o seu sagrado café matinal, faltavam 10 minutos para o início "daquela" entediante reunião! Liga o carro e a luz do combustivel acende... ufa... mais uma tarefa antes do fatídico compromisso...
De repente lembra que o documento para a tal reunião ficou em casa, suspira e sobe até o terceiro andar num fôlego só. Abre a porta, pega o documento que estava sobre a mesa, e num impulso veloz, que diga-se de passagem faria inveja ao The Flash, desce os três andares em menos de 15 segundos e antes que sua mão alcancasse a porta do carro, ela tropeça e adeus mais um salto, a única peça que estava perfeita para o dia... Melodramático dia...
De repente lembra que o documento para a tal reunião ficou em casa, suspira e sobe até o terceiro andar num fôlego só. Abre a porta, pega o documento que estava sobre a mesa, e num impulso veloz, que diga-se de passagem faria inveja ao The Flash, desce os três andares em menos de 15 segundos e antes que sua mão alcancasse a porta do carro, ela tropeça e adeus mais um salto, a única peça que estava perfeita para o dia... Melodramático dia...
sexta-feira, maio 19, 2006
Uma pessoa comum
Uma pessoa comum
adora caminhada,
fica gripada,
da gargalhada,
canta animada,
uma moça iluminada.
Ônibus lotado, odeia...
espera demorada, aversão...
fofoca desenfreada, espera calada...
uma mulher acanhada .
Adora sabores,
guarda rancores,
espera amores,
esconde primores,
uma criança pouco ajuizada.
Uma pessoa comum.
adora caminhada,
fica gripada,
da gargalhada,
canta animada,
uma moça iluminada.
Ônibus lotado, odeia...
espera demorada, aversão...
fofoca desenfreada, espera calada...
uma mulher acanhada .
Adora sabores,
guarda rancores,
espera amores,
esconde primores,
uma criança pouco ajuizada.
Uma pessoa comum.
quarta-feira, maio 17, 2006
Hipnose . Cena de cinema
Num corredor escuro,
longo,
quieto,
curiosa adentro.
Sigo lentamente,
no crepúsculo,
vejo reflexos no chão,
vindos das portas abertas, várias delas...
continuo passo a passo.
Ruidos atraem minha atenção,
sons discordantes,
discrepante sintonia.
Diante de mim imagens,
luzes que me chamam,
me hipnotizam,
vertigem.
Em qual porta entrar?
Qual encerrar?
Hipnose.
longo,
quieto,
curiosa adentro.
Sigo lentamente,
no crepúsculo,
vejo reflexos no chão,
vindos das portas abertas, várias delas...
continuo passo a passo.
Ruidos atraem minha atenção,
sons discordantes,
discrepante sintonia.
Diante de mim imagens,
luzes que me chamam,
me hipnotizam,
vertigem.
Em qual porta entrar?
Qual encerrar?
Hipnose.
segunda-feira, maio 15, 2006
Terrível compasso
Minha cabeça dói,
murmurinhos invadem minha calma,
pulso chumbo,
tormentos ritmicos martelam a mente,
como o sino da Catedral,
constante,
possante,
robusto,
valente,
terrível compasso.
murmurinhos invadem minha calma,
pulso chumbo,
tormentos ritmicos martelam a mente,
como o sino da Catedral,
constante,
possante,
robusto,
valente,
terrível compasso.
quarta-feira, maio 10, 2006
As vezes lunática
__ É você é assim!
__ Assim como?
__ Melodramática.
__ Eu?? Melodramática? Nunca! Olha, escuta aqui, você me insulta desse jeito e quer o que? Arrasto correntes por você e escuto isso?!!!
__ Querida, você entende tudo errado, eu digo uma coisa e você entende outra... parece lunática!
__ Nossa, só porque eu entendo carmim quando você diz jasmim, gato quando diz pato, lagarto quando diz retrato... esclarecimento quando diz abastecimento?
__ Rá! Não tô falando... louca!
__ Como? Você disse rouca? É... só um pouco, estou mesmo rouca.
__ Básico... deixa prá lá...
__ É, vai melhorar. Amor, vamos jantar?
__ Assim como?
__ Melodramática.
__ Eu?? Melodramática? Nunca! Olha, escuta aqui, você me insulta desse jeito e quer o que? Arrasto correntes por você e escuto isso?!!!
__ Querida, você entende tudo errado, eu digo uma coisa e você entende outra... parece lunática!
__ Nossa, só porque eu entendo carmim quando você diz jasmim, gato quando diz pato, lagarto quando diz retrato... esclarecimento quando diz abastecimento?
__ Rá! Não tô falando... louca!
__ Como? Você disse rouca? É... só um pouco, estou mesmo rouca.
__ Básico... deixa prá lá...
__ É, vai melhorar. Amor, vamos jantar?
segunda-feira, maio 08, 2006
Inteira metade
Metade um lobo uiva, vocifera a lua;
Outra metade uma libélula, voante, sem alarde;
Metade um poço fundo, negrume;
Outra metade Sol, resplandecente brilha;
Metade uma fera voraz, adormecida;
Outra metade uma fada atenta ao tempo e ao vento;
Metade brisa leve, recente;
Outra metade tempestade, tumultuante;
Metade eco falante;
Outra metade reservado cala,
Metade sim, quase não
Metade cheio, outra vão
Inteiramente metade.
Outra metade uma libélula, voante, sem alarde;
Metade um poço fundo, negrume;
Outra metade Sol, resplandecente brilha;
Metade uma fera voraz, adormecida;
Outra metade uma fada atenta ao tempo e ao vento;
Metade brisa leve, recente;
Outra metade tempestade, tumultuante;
Metade eco falante;
Outra metade reservado cala,
Metade sim, quase não
Metade cheio, outra vão
Inteiramente metade.
quarta-feira, maio 03, 2006
Desejo de criança
terça-feira, maio 02, 2006
O por que de tudo
Sabe a fase dos por ques? Quando crianças passamos por esta, como vou dizer... "ocupação".
Por que o cão late? Por quê o vaga-lume pisca?
Por que o camelo tem duas e não uma corcova?
Queremos explicação para a listra branca (ou preta) daquele cavalo esquisito que mora no zoológico.
É... o olho brilhava a cada descoberta... um período "turbulentamente" mágico.
Certa vez, um menino atento, me lançou esta:
__ Quem criou Deus? Tá aí uma pergunta que eu nunca consegui responder!
Ainda hoje, como ele, tento encontrar os por ques de tudo. Acho mesmo, sem pudor, que este meu estado "ingênuo" não passou, confesso que quero saber o por que de tudo! Isso é meu, bem típico, peculiar diria. Mas pra falar a verdade, acho que todo mundo é assim, os que não são, são desvio de rota.
As interrogações são minhas eternas companheiras, me pego sempre questionando o por que da vida... o por que de estarmos aqui... nesse movimento ininterrupto que nos arrasta para outro tempo, outro minuto... a cada segundo... nesse movimento bruto as vezes, que mesmo sem querer (freqüentemente) somos obrigados a dar mais um passo, na maioria das vezes em direção a maturidade... esta sim é a condição da evolução humana... essas são algumas das mais complexas questões que me acercam, mas a lista que me abraça se estende, vai dos por ques da natureza humana aos por ques do pára-choque do vizinho!
Bom mesmo seria ter uma fada-madrinha, daquelas de contos de fadas, "metade fada", "metade madrinha" para responder as caraminholas que insistem em passear em minha mente... fervente.
Quando canso aí paro... paro, mais uma vez para pensar (mais um pouquinho) e resolvo deixar a vida seguir seu curso... seja como ela quiser, quente ou fria, veloz ou lenta, em frente, sempre.
Bem, mas por que mesmo será que estou aqui??
:)
Por que o cão late? Por quê o vaga-lume pisca?
Por que o camelo tem duas e não uma corcova?
Queremos explicação para a listra branca (ou preta) daquele cavalo esquisito que mora no zoológico.
É... o olho brilhava a cada descoberta... um período "turbulentamente" mágico.
Certa vez, um menino atento, me lançou esta:
__ Quem criou Deus? Tá aí uma pergunta que eu nunca consegui responder!
Ainda hoje, como ele, tento encontrar os por ques de tudo. Acho mesmo, sem pudor, que este meu estado "ingênuo" não passou, confesso que quero saber o por que de tudo! Isso é meu, bem típico, peculiar diria. Mas pra falar a verdade, acho que todo mundo é assim, os que não são, são desvio de rota.
As interrogações são minhas eternas companheiras, me pego sempre questionando o por que da vida... o por que de estarmos aqui... nesse movimento ininterrupto que nos arrasta para outro tempo, outro minuto... a cada segundo... nesse movimento bruto as vezes, que mesmo sem querer (freqüentemente) somos obrigados a dar mais um passo, na maioria das vezes em direção a maturidade... esta sim é a condição da evolução humana... essas são algumas das mais complexas questões que me acercam, mas a lista que me abraça se estende, vai dos por ques da natureza humana aos por ques do pára-choque do vizinho!
Bom mesmo seria ter uma fada-madrinha, daquelas de contos de fadas, "metade fada", "metade madrinha" para responder as caraminholas que insistem em passear em minha mente... fervente.
Quando canso aí paro... paro, mais uma vez para pensar (mais um pouquinho) e resolvo deixar a vida seguir seu curso... seja como ela quiser, quente ou fria, veloz ou lenta, em frente, sempre.
Bem, mas por que mesmo será que estou aqui??
:)
segunda-feira, maio 01, 2006
Memória a dentro
Ontem era vazio...
Folhas dançavam no chão... inverno.
Vi crianças na rua, gritos acanhados...
Vi mulheres com seus saltos,
deslizavam na calçada.
Tudo muito lento, lento e morno...
Vi homens apressados com suas maletas do desejo.
Ouvi a melodia do vento que trouxe a minha mente, quente, um sopro do passado.
Eu no vazio-cheio, em desordem, não encontro minha bagagem.
Mexo e remexo, busco o sabor da tarde, o rubro amor que perdi numa dessas tempestades que reviram o mar do avesso.
Busco minha história... onde está a mémória? Rasgo tudo, laço o vento e entro lembrança a dentro...
Já sinto a brisa intensa, leve ela balança seu cheiro de longe.
O fragmento profundo do que não viverei mais.
Vida minha.
Folhas dançavam no chão... inverno.
Vi crianças na rua, gritos acanhados...
Vi mulheres com seus saltos,
deslizavam na calçada.
Tudo muito lento, lento e morno...
Vi homens apressados com suas maletas do desejo.
Ouvi a melodia do vento que trouxe a minha mente, quente, um sopro do passado.
Eu no vazio-cheio, em desordem, não encontro minha bagagem.
Mexo e remexo, busco o sabor da tarde, o rubro amor que perdi numa dessas tempestades que reviram o mar do avesso.
Busco minha história... onde está a mémória? Rasgo tudo, laço o vento e entro lembrança a dentro...
Já sinto a brisa intensa, leve ela balança seu cheiro de longe.
O fragmento profundo do que não viverei mais.
Vida minha.
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