terça-feira, abril 25, 2006

Não dito

Minhas palavras dizem o não dito,
murmuram cicatrizes,
rangem os dentes,
declaram o silêncio ( ),
gritam o mudo.

Minhas palavras traduzem o gesto,
mastigam meus tons,
frágeis e fortes,
sagrados e levianos.

Dizem que amo o que não toco,
não vejo mas sinto.
Minto verdades.
Minhas palavras emudecem fragmentos do que sinto,
fração de mim.

quinta-feira, abril 20, 2006

terça-feira, abril 18, 2006

Mais um dia

Amanhece...
pés no chão,
passo a passo,
ela anda,
indolente,
lava o rosto,
água fria...
encara o espelho,
estampa o sorriso,
ilumina...
e palpita...
mais um dia.

segunda-feira, abril 17, 2006

Sonoras ranhuras

Minhas sonoras ranhuras revelam.
Rastros biográficos,
de reticências,
de turbulências,
peregrinos caminhos,
essências de mim.
Restos de gente,
profundas ranhuras,
intensas espessuras,
ladram meu Ser.
Ser contuntende,
incerto e evidente,
ambíguo querer.
Meu EU errante,
vaga andante,
arbitrário e constante.
Revelo extremos... me conheço?

terça-feira, abril 11, 2006

Vou ao cinema

Um convite
mãos dadas,
andar deslizante,
andante,
solto,
vou ao cinema.
As luzes se apagam,
deleito em seu ombro,
mergulho em imagens,
eu estou lá.
Olhar atento.
Sou fragmento,
do enredo,
sou imagens-personagens,
multiplicidade única,
envolvente magia.

segunda-feira, abril 10, 2006

Outro MEU lugar

O outro meu lugar,
transponho o presente,
delírio da mente.
Uma colina,
silenciosamente latente,
grandiosa janela,
desloco e vejo.
Relevo e cor,
o gramado verde-esperança e margaridas...
estação dos ventos,
azul declarado...
A alma escapa,
em passos leves, deveneios seguros e sorrisos doces...
Uma paz arrebatadora,
em suspiros de renúncia, olhares de esperança e gestos brandos...
O lugar para estar, lá estou.
Driblo a vertigem e o pulso pulsa, menos louco.
Dilato, desfio, desdobro,
A liberdade me aprisiona e clama... uma centelha de luz.

domingo, abril 09, 2006

quinta-feira, abril 06, 2006

Entreverdesperança

Aquela felicidade

Dizem por aí que o que faz a gente feliz é o dinheiro, mas eu não acredito nisso não.
Não mesmo!
Mas a encontro no caminhar sem rumo, passo a passo em companhia da brisa fria que me abraça, da chuva que me refresca e do sol que me aconchega...
Presente está na esperança iluminada que brota a todo instante...
Um irmão por perto, no momento certo, ta aí do que a alma precisa, um braço de alegria.
É... momentos assim eu quero todo dia!
Mas bom mesmo, magia, eu diria, é sentar à mesa com um amigo do peito, contar os feitos e se acabar de rir!
Feliz mesmo, me faz, um olhar brilhante, um toque extasiante e um sorriso largo de quem se ama, meu amor ao alcance!
A vida é uma ciranda, é isso.
Uma ciranda colorida, num ritmo rápido, outras vezes lento, segue em harmonia discordante.
É... a vida-ciranda é assim...
Mas olha, pra falar a verdade, felicidade eterna, daquelas tamanhas que não acabam nunca não acredito existir por aqui não.
Porém, garanto, um fiapo dela já vale a vida! Coisa boa!

segunda-feira, abril 03, 2006

Como no cinema

Ah! O mundo gira, a vida caminha... Contínua...
Como no cinema, a vida é a cena em movimento.
Como prendê-la? Como imobilizá-la?
Escapa ao olhar atento!
E as vezes assusto...
Diante de mim, o tempo passa... e na tela o percorrer é voraz.
É assim que deve ser...
Eterno caminhar... Claro, em busca do final feliz!