sexta-feira, junho 30, 2006

Freud explica

Faça recortes


Faça recortes, cole, sobreponha, remende, rasgue. É assim que deve ser. Sempre.

terça-feira, junho 27, 2006

Todo canto


Ando por distantes terras...

pedregulhos e jardins,
cantos e ritos,
flores e espinhos,
buritis e jasmins,
muito e míngua,
feijão e caviar,
fracos e fortes,
filhos e filhas,
risos e gritos,

fé... e o contrário...

Ando por distantes terras...
e me encanto... em todo canto...
gente que sente,
assim como eu... latente.

segunda-feira, junho 26, 2006

Poeticamente sigo meu dia

A vida me surpreende.
Os dias oceanamente azuis surpreendem.
Enxergo um mar infinito em Minas. Simples assim. Tá lá, é só abrir a janela e olhar. Um espetáculo vê-lo raiar... amo o amanhecer... as vezes acordo cedo para ver seu nascimento. É... como um nascimento, Divino sempre. Coisa de Deus mesmo.
E a sonoridade? Nada igual... uma paz invade minha alma, um silêncio melodioso... Poético.
Momentos Poéticos, dias poéticos. Não me canso de repetir.

As pessoas me surpreendem.
Acredito que poucos conseguem "ver" a poesia da vida. Simplesmente passam por ela. Outras não... tenho uma amiga que escreve coisas divinas sobre a existência humana e sobre o mundo... Ela(*) lê almas e escreve, ela rasga o véu e confidencia numa firmeza absurdamente doce o quão a vida é poesia... isso me surpreende. É como o céu azul. Poético. Ateste, a vida declama. Exclama!
Experimente caminhar ao raiar do dia... a efemeridade do orvalho, o gosto da brisa, o cheiro de luz... é bem sutil. Você e o mundo. Por uma hora apenas, seu corpo inteiro sentirá a poesia do dia.

Fico deprimida quando escurece... no outro dia passa... pois os dias oceanamente azuis e as pessoas de luz continuarão a me surpreender. A vida é poesia... e o humano, nem preciso dizer... todos os dias...

(*)
www.lilianedeus.blogspot.com

domingo, junho 25, 2006

Filha do silêncio

ando meio orfã...
um estado silencioso.
as vezes o silêncio engole a gente... andou me engolindo...
a casa vazia... e os ponteiros do grande contador do tempo são minha companhia...
mas sabe que acabei de tomar por certo que o silêncio é meu aliado? é, ele é bom, bom mesmo. faz a gente pensar no tamanho do negro buraco que ele cabe...
andei, certo tempo atrás, futricando algumas tralhas desse negro buraco.
tão profundo que sequer acho que um dia poderei explorá-lo totalmente.
quanto mais mexo mais ele se engrandece, parece.
como aqueles quebra-cabeças de 1000 peças que você nunca termina de montar...
fica lá, de lado, no cantinnho... quem sabe um dia?
quem sabe num ímpeto, após "um" dos meus "estados" silenciosos, com uma delicadeza firme e com generosidade consiga encaixar as peças.
deverá ser, como já dito em um dos textos aqui deste grande "espaço" negro. (...) com generosidade.
estou orfã, orfã de mim mesma, ou melhor... filha do silêncio...

quinta-feira, junho 22, 2006

Algodão doce

não parece magia?...
aquele açucar todo que se transforma...
em nuvens multicoloridas e doces!
magia pura.
momentos mágicos.
sorrisos mágicos.
pessoas mágicas.
acontecimentos mágicos!
isso eu quero pra minha vida...
um abraço que enlaça,
um sorriso que aquece,
um beijo que amolece,
tudo como a magia do algodão doce...
que alegra, adoça, fascina...
transforma alma minha.

segunda-feira, junho 19, 2006

Espera

O sol já se deitou...
A chuva não caiu...
A lua se escondeu...
E os segundos arrastam as horas...
E segue a demora...

Ouço o sussurro do silêncio...
O caminhar dos ponteiros...
Seu movimento ordenado...
E eu espero...
Todo o dia.

Espero o canto...
Espero o encanto...
Espero o intento...
Espero o instante...
Gestante...

Espero um raio de luz... a paz.
E neste vazio todo o tempo... me lacera.
Essa força que separa...
Esse espaço que se divide...
Múltplas horas.

A espera... rasga a gente.

segunda-feira, junho 12, 2006

Brilho da minha terra


Minha terra,
cheiro de mãe,
colo farto,
sorriso sublime,
cuidado cativo.

Seu luar me seduz,
seus ventos me enlaçam,
suas montanhas me abraçam,
sua vastidão me afaga.

Cantos místicos.
Infindas poesias.
Prosas e sorrisos.
Amores e amigos.
Cirandas e sabores.
Aromas e cores.
Terra de brios.
Terra de brilhos... Brilho da minha terra.

quinta-feira, junho 08, 2006

Tornar-se livre

Escutei outro dia de uma pessoa querida que é preciso ter generosidade.
Generosidade para com tudo e todos... Fiquei pensando nisso. Ser generoso.
Realmente a generosidade é ato. Ato nobre diria, acredito que um ato de liberdade... Aquela tal que vivemos a procura, reviramos gavetas em busca dela!
Sermos generosos com o tempo, com a raiva, com o amor, com os erros, com o mal, com a euforia, com a alegria, com os desejos, com o medo, com a tristeza... enfim com tudo, acredito ser valioso mesmo, acabei acordando. Sejamos generosos.
Para começar descarte os julgamentos, esteja certo, será bom. Seja generoso consigo mesmo, assim não deterá o encontro com essa "tal" liberdade.

segunda-feira, junho 05, 2006

Ir além

Bom mesmo é ir além... ultrapassar minhas montanhas... Lugar afora, lugar distante, errante...
E ter certo, quando careço, seus abraços a poucos passos... Minha terra, ê Minas!

domingo, junho 04, 2006

Mais que um céu azul...

As vezes quero mais que um céu azul.
Quero a paz, a luz, o sossego, o infinito, o eterno, a sabedoria, o sagrado... Estado Divino.

quinta-feira, junho 01, 2006

Pequenos detalhes


Existe uma infinidade deles... Mil detalhes... Só e somente só serão notados se você estiver lento, demorado, arrastado... Prolongado no tempo.

Dias mais lentos...

6h00. Murmura ao ouvir o barulho irritante do despertador, aquela gralha eletrônica que não parava de gritar! Após alguns segundos se rende às obrigações do dia. Esfrega os olhos e lembra que ainda era terça-feira, mais três infinitos dias para o sagrado sábado. Deve levantar. Corre para o banho, quente, sempre. A fumaça ocupa o box, ela desenha e escreve seus versos prediletos... Ela tem mais cinco minutos e nem um segundo a mais.
Pega sua toalha vermelha, em contraste com o azulejo branco e se seca. Escolhe uma calça preta qualquer e a básica blusa branca. Toma seu café rapidamente e vai para o ponto de ônibus. Espera... espera... espera... mais 10 minutos ele deve passar, espera... Quando chega ela suspira, ônibus estava lotado. Aperta-se daqui, encolhe-se dali e no susto encontra-se imersa naquela caixa quadrada com mil e quinhentas pessoas ao seu lado. Uns cochicham dali outros reclamam acolá e ela escuta duas mulheres trocando receitas... Pensa: preciso parar de comer chocolate... aqueles doces após o almoço são um pecado! Olha para o lado e percebe dois rapazes falando sobre academia. Pensa: preciso entrar para academia, exterminar as gordurinhas que a cada dia “procriam” mais! No celular outro rapaz parecia conversar com a namorada, “Calma amor, tudo dará certo... A Júlia irá entender...” Quem seria Júlia, onde mora, o que faz, tantas pessoas no mundo que não conhece, sempre pensava nisso. Porém os problemas parecem se repetir, sempre... É a empregada que não foi, a reunião que não aconteceu, o chefe que é um babaca, a esposa que se preocupa com a lipo, casamentos em crise, a filha com dificuldade em matemática, a prestação do fogão que não foi paga, encontros e desencontros... Ahhh o mundo não muda, tudo sempre da mesma forma. E ela lá dentro da caixa grande cheia de pessoas ao seu redor... Seu ponto chegou. Deu o sinal. Aquele barulhinho que mesmo com o avanço da tecnologia continuava o mesmo. E no torce e retorce consegue depois de muito dizer “dá licença” desce quase que expulsa, repelida pela caixa grande e no impulso já atravessa a avenida. Mil carros da cor prata. Parece que atualmente todos são iguais, por onde anda a dissemelhança? Numa ocorrência jamais poderia colocar para diferenciar seu depoimento a frase “foi um carro prata”! Por onde andam os verdes, vermelhos, amarelos, rosas, roxos?? Todos cor prata. No muito preto. Chega em frente ao edifício, fila para entrar no elevador, mais um pouco e entra no elevador “décimo terceiro, por favor?” a ascensorista sorri e simpaticamente, faz o seu serviço árduo de apertar os ditados andares. Pronto chegou. Segue o corredor e avista a recepcionista, que há dias atrás lamentava não ter acertado na Mega Sena... Naquele dia estava radiante, animada discursava com a telefonista sobre sua vida perfeita, arranjara um namorado.

Passa pelas animadas meninas e diz "Bom dia! Mais um dia!", entra, toma seu lugar, liga o computador, espera uns segundinhos e digita sua senha. Sua carreira estava em plena ascensão. Uma mesa só pra ela, compromissos aprovados pela diretoria, promessas melhores. Suas várias horas de estudo e a conclusão da especialização foi o diferencial, conseguira aquela vaga disputada por muitos. Na tela sua agenda digital avisa sobre as visitas dos clientes importantes daquele dia. Revisão de orçamento... Certamente. Rotina... Ente um cliente e outro, um café, preto (tipo importação). Pouco tempo para o almoço, outro cliente, este bem vestido, terno preto, a gravata colorida demonstrava o estilo “moderninho”, maleta na mão, claro, não poderia faltar! Mais uma vez rever orçamentos... Valores aqui, redução ali já passava do meio dia. Acertados todos os detalhes uma breve paradinha para o almoço, corrido. Na volta, outro cliente, este a esperava na recepção. Mais algumas horas de trabalho, empresários importantes, cálculos gigantescos, números e negociações... Ela era muito boa nisso. A tarde não se arrastou, foi ligeira como nos tempos em que brincava com seus amigos no jardim de infância, só que agora com um pouquinho mais de responsabilidade... Mais 5 minutos para as 18 horas e ela ainda não terminara as tarefas do dia...necessário sair um pouco mais tarde. Antes de sair seu chefe tece elogios e sorri e a colega, recepcionista, certamente, naquele momento já estaria na lanchonete mais próxima acertando os detalhes para o próximo fim de semana. No escritório somente ela. A agenda ainda estava cheia, alguns telefonemas, cálculos básicos, contatos via e-mail e estaria livre... até o dia seguinte pelo menos. Mais um dia, nenhuma surpresa extraordinária mas, tudo dentro do que ela sempre planejara para a carreira. É... e pensar que o que ela realmente queria era um bom vinho tinto... um filme intenso... um abraço... um acalento... dias mais lentos... nada além disso. Algo simples e mágico como nas telas de cinema. E agora... Mais responsabilidade e menos tempo.