domingo, novembro 29, 2015

Sim. A palavra me salva! Amém!

quinta-feira, julho 02, 2015

eu. a fotografia

eu, inerte, o tempo.
naquele instante tantos outros em movimento. eles seguiam com o tempo e pareciam vir em direção a mim.
eu via tão arrastada aquela imagem... um borrão... o mundo muda de lugar. 
eu, foco.
sempre a mesma imagem, a garotinha ruiva com seu cão entre as flores... todos os dias, sob a luz do sol... a mesma cena. como uma seqüência de fotografias... umas grudadas nas outras. foco.
o caminhar agitado da menina de cabelos ruivos... eu, inerte, revelo-me.

sexta-feira, outubro 24, 2014

me arrasto

me arrasto em restos
sem sobresaltos
o ventilador embala meu sono
a penumbra penetra meu olhar
me atravessa
desmorono
me abandono
enfadonho
lento...
me arrasto.

sexta-feira, junho 06, 2014

Cuzcuz na encruzilhada

Coisa feita!

Não arruma namorado.
Salário atrasado.
Pai embreagado.
Irmão endividado.
Primo aleijado.

Obesidade: crescente.
Joanete: ardente.
Gagueira: insistente.
Bafo que não é de gente.

Meio abobalhada.
Um pouco atrapalhada.
Completamente desajeitada.

... Obra de cuzcuz na encruzilhada.

... porque...

... porque a arte me veste do que é fácil e encantado... dispo-me do peso daquilo que me puxa para o chão...

quarta-feira, abril 09, 2014

Degustar

Molho a boca
gosto veludo
cheiro carmim

espero

não cessa

e peço
risco
rasgo
mato
apanho

molho a boca
mais um gole
escorro
e fim


quarta-feira, março 12, 2014

foi mais ou menos isso, juro.

A natureza do homem não dá conta da Vida do homem... se o homem tem algum instinto, este é pobre,  insuficiente pra viver... um gato basta ser gato, um cachorro basta ser cachorro... com o homem não funciona assim... ele precisa transcender sua natureza... ele precisa aprender a viver... foi mais ou menos isso que o Rousseau disse. Juro.

me rendo.

me rendo ...

te amo Vó.

Era este entardecer que ela assistia, uma cena emoldurada pela janela daquela cozinha enorme... muitas vezes eu a ouvi cantar... ela era feliz naquele lugar... hoje o silêncio é o canto. te amo Vó.
Setembro. 2013.


segunda-feira, junho 10, 2013

Sempre

E vem a noite...
e chega a chuva...
e acorda o sol...
a tarde que míngua...
e a vida continua.
Sempre.

O Samba

Dizem por aí que o samba é mandinga forte...
rouba o coração da gente,
arrasta, embriaga, transforma...
Esquenta o pé e o coração,
leva a cadência e a multidão.

É... transforma feito feitiço,
mal dito,
que bem diz,
que o samba é mandinga que encanta,
é devaneio bem feito.

Ouvi dizer que o samba estampa cores, vivas,
azuis, vermelhos, amarelos, 
Tudo que palpita vida,
tudo que rodopia alegria.

Dizem por aí que é mandinga forte,
mas é daquelas que dão sorte,
é... o samba é assim.

Estou "mandingada"!

Simplesmente amo

(...) eu simplesmente me extasio ao ver a relação misteriosa e bela entre a Lua e o Amor (...)

Simplesmente Amo.

terça-feira, novembro 20, 2012

Uma luz!


Sim. Ela é uma luz em minha Vida. Um raio de sol.

sexta-feira, novembro 16, 2012

O Amor, esse objeto


Depois de longo "inverno" sem um texto publicado neste espaço, aí está um enorme! Confesso que um tanto quanto acadêmico, mas nem por isso menos poético, não poderia ser diferente! Para os que amam!


O Amor, esse objeto

Somos seres de linguagem e através dela nomeamos coisas, ordenamos, tentamos entender, sentir e explicar o mundo que nos cerca e nos compreende. Nos tornamos, então, capazes de nos comunicar, expressar ideias e sentimentos. É fundamental dizer que este fenômeno social, além de essencialmente relacional, devido ser algo que transcende o ser, mas que necessita dele para ser pensado, não se restringe somente ao código verbal, mas tudo que for passível de interpretação. Então, além da fala e da escrita podemos por exemplo pensar as imagens em movimento numa tela de cinema, no tom da voz ou num gesto corporal, e é neste sistema sígnico, que as relações e práticas comunicacionais se estabelecem.

Ainda dentro da perspectiva relacional, a linguagem é um signo análogo, isto porque há algo em relação aquilo que tentamos traduzir, que se assemelha, mas que também se diferencia dele. A linguagem é, na realidade, incapaz de representar verdadeiramente e plenamente o mundo e sua essência. Segundo Júlio Pinto (2009), um signo que nos inclui no mundo dos objetos, mas nos exclui do mundo das coisas. Instituímos relações a partir de referentes idênticos, fazemos conexões mentais, assim num processo contínuo de produção de sentidos. Esses se divergem das formas mais variadas, isto porque “o sentido é uma direção que a significação pode tomar dependendo das escolhas que o receptor fizer, dependendo daquilo que o atinge ou que ele quer atingir” (PINTO, 2008). Funda-se uma relação entre “emissor” e “receptor” num movimento de troca ininterrupto e complexo, como se enredando um tear, em que fios se entrelaçam e fazem suas conexões, uma rede. Algo que ora é signo, se torna significante e se transmuta em significado, desse modo falar da produção de sentidos é no mínimo confuso. Como ser certeiro ao discorrer sobre o emaranhado complexo que é a produção de sentidos? Como não ser ambíguo num campo simbólico como é o dos sentimentos e das paixões? Falar de amor, certamente, é provocar eloqüentes discussões. Sem dúvidas, este sentimento provoca possibilidades de leituras, muitos discorrem sobre as formas de amor ou sobre como se dá este vinculo emocional, outros descrevem sobre os jogos de conquista nas relações ou sobre a tristeza do sentimento não correspondido. Discursos que levam a crer ser este tema algo simples, ledo engano! Neste contexto amplo e inexato, numa tentativa despretensiosa, vagueio sobre fragmentos que envolvem esta manifestação sentimental entre amante e amado, sobre o amor. Será possível?

Tomando como princípio a impossibilidade de exterminar o caos em processos de interpretação e re-significação que ocorrem também e, naturalmente, nas relações entre ser amado e amante a inexatidão é, de fato, uma circunstância demasiadamente opulenta. Para Barthes (2003) o amor se torna um valor poderoso e resistente para aqueles que amam, ainda que apresentadas as dificuldades, os desesperos e os mal-estares, as pessoas amam e partilham esta virtude encontrando, numa  poética teimosa, boas razões para amar.

O que pulsa e atrai no ser amado? Acredito que o desejo latente impulsiona e prende o ser amante nesta leitura interpretativa. Por que não dizer relação interpretativa? Talvez seja o desejo incessante de descobrir o que há nas nuances manifestadas pelo ser amado, talvez o que se manifesta nele preenche uma carência do amante, talvez as dúvidas ou um certo lugar de incertezas que atraem. O que há atrás do véu? Que fendas são estas?  O que me falta? Qual o segredo deste entrelugar? Amo e sou amado? O sentido estará sempre em “outro” lugar e a troca acontece incerta e fluida de forma incessante numa construção imaginária infinita. Esta cadeia de sentidos é de grandeza incalculável, e em se tratando de construção e produção de sentidos, me atrevo a dizer que estas trocas entre amados e amantes são como manifestações artísticas performáticas. As performances tem a capacidade de atrair o olhar atento dos transeuntes, que param, se prendem e acontece naquele instante um elo. O olhar, segundo Barthes (1990), sempre procura alguém ou alguma coisa, ele é inquieto. Este “olhar” denotado por Barthes diz do sentir, da escuta, do toque, da procura!

O olhar atento do amante encontra em seu objeto algo que o fascina, algo que o classifica, invariavelmente, como ser único, dotado de uma originalidade brilhante e aura encantadora.

“Encontro em minha vida milhares de corpos; desses milhares, posso desejar algumas centenas; mas dessas centenas, amo apenas um. O outro de que estou enamorado me designa a especialidade de meu  desejo.” (BARTHES, 2003, pag. 11)

O amado, por sua vez, atua fabricando uma linguagem própria que reforça esta classificação, um vai-e-vem abundante de produção de sentidos que se tangenciam na busca incessante pela miraculosa completude. Importante declarar aqui, que este fragmento sobre o qual discorro, pressupõe uma relação mútua e, portanto, compartilhada. Entretanto, os signos, linguagens, códigos “compartilhados” dizem de um lugar peculiar de cada consciência nesta relação. Então como o ser amado e o ser amante seriam capazes de interpretar algo de forma idêntica sem que algo escape? Nesta troca “tudo” pode significar nada; o dito, pode não dizer; o que se esconde, também se mostra. Signos produzem sentidos mas estão sempre aquém do Sentido, segundo Pinto (2009). A impossibilidade grita, pois o processo de produção de sentidos é individual, o sujeito constrói um universo só dele, paralelo, atraído pela possibilidade de preenchimento de fendas, através de um conhecimento particular (HILDEBRANDO, 2003). Já que o sentido produzido é proveniente de referências, experiências, aflições, lembranças vindas da percepção de um mundo próprio, um lugar simbólico e muito singular, talvez falar de um espaço “virtual” não será tão absurdo, já que existe somente no imaginário e é neste lugar que os seres se diferenciam, invariavelmente e evidentemente, também em suas expectativas, desejos e ideias.

Amantes e amados se misturam neste processo fantástico e sedutor, por algum motivo se atraem, se distanciam, se confundem e a busca perdura. Ouso dizer, pelo amor à poesia da Vida, que o que procuram seres amantes e amados é também o que procura persistentemente a humanidade, preencher o que lhes falta. A completude está além de nós, ela é fugidia. Este é o sentido.

Bibliografia

BARTHES, Roland. O Óbvio e o Obtuso. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1990.
BARTHES, Roland. Fragmentos de um Discurso Amoroso. Martins Fontes. 2003.
COHEN, Renato. Performance como Linguagem. Editora Perspectiva, São Paulo, 2002.

HILDEBRANDO, Antônio; Nascimento, Lyslei; ROJO, Sara. O corpo em performance: Imagem, texto, palavra, NELAP/FALE/UFMG, Belo Horizonte, 2003.
OLIVEIRA, Ivone de Lourdes e SOARES, Ana Tereza Nogueira (Orgs). Interfaces e Tendências da Comunicação no Contexto das Organizações. São Caetano do Sul SP. Difusão. 2008.
PINTO, Julio. Algumas Semióticas / Julio Pinto, Vera Casa Nova.  Belo Horizonte. Autêntica Editora, 2009.
PINTO, Julio. O Ruído e Outras Inutilidades; Ensaios de Comunicação e Semiótica/ Julio Pinto. Belo Horizonte. Autêntica, 2002.

quarta-feira, agosto 15, 2012



Coração palpitante...
Diante daquele portal Alice hesitou...
Ora... que adormeça o medo!
Vá Alice! 
Você vivenciará o que nós não vivenciamos, irá experimentar o que gostaríamos ter experimentado!
Conte-nos sua emoção, o sabor de tudo, conte como é pisar naquela terra de outra cor, qual o seu cheiro e sabor! 
E foi assim. Ela entrou!
E eu? Sempre a seguir Alice!

quinta-feira, maio 24, 2012

... a maldade humana causa náusea, a crueldade é mesmo uma doença... ainda persisto na crença de que um dia os homens serão melhores.

terça-feira, maio 22, 2012

... e foi assim, uma tarde mais bonita

... e foi assim...
depois da tempestade, um céu azul...
o pôr do sol e o som da paz...
mágico e simples assim.


sexta-feira, abril 13, 2012

no palácio das flores


... era uma tarde calma...
... alice fora convidada para uma visita ao palácio das flores... ela se enfeitou de laços e em passos largos caminhou até o grande portal, lá foi recebida animadamente pelas tulipas vermelhas, sempre elegantemente vestidas... é... mais uma tarde de surpresas! aquele reino é um encanto!

terça-feira, março 13, 2012

mais um território desconhecido ...



... ela avistou de longe aquela plantação amarela... o vento soprava... ela podia ouvir o canto dos pássaros que se divertiam por lá...  mais um território desconhecido. ela hesita, porém segue... o que ela encontrará por lá? frutos doces? flores pelo caminho? ah Alice! nunca se sabe... viver é assim, esse é o jeito: seguir sempre.

segunda-feira, março 12, 2012

Alice estava lá!


... era uma tarde calma...
... alice fora convidada para uma visita ao palácio das flores... ela se enfeitou de laços e em passos largos caminhou até o grande portal, lá foi recebida animadamente pelas tulipas vermelhas, sempre elegantemente vestidas... é... mais uma tarde de surpresas! aquele reino é um encanto!

quinta-feira, março 01, 2012

o acesso... uma delícia!



Aquele acesso atraiu a moça dos passos coloridos... e a porta se abre para Alice.
A menina que persiste na descoberta. O desconhecido à mostra, novos mundos! Uma delícia!



domingo, dezembro 18, 2011

... novas cores...


... e Alice em passos largos, novos caminhos, com andar mais colorido... 







terça-feira, novembro 22, 2011

Mais SOL


Um dia a alegria me encanta,
outro dia se levanta a tristeza,
outra vez a brisa me espanta,
sem demora nasce a esperança,
mais sol,
menos sal,
a vida quer que eu me garanta.

quarta-feira, novembro 09, 2011

... mergulhar é preciso...

Ahhhhh... os sonhos... nada melhor que mergulhar nessas águas... o difícil é emergir em direção ao concreto...
Não sou deste mundo.


quinta-feira, setembro 01, 2011

Abrigo


É o abrigo...
por isso me inspiro,
a noite me engole,
sou fragmento,
o frio murmura,
sou estilhaço,
a solidão me absorve
sou fuido,
e o tempo se arrasta...
espero.
E a porta se abre,
sou esperança,
o olhar alcança,
sou latência,
se faz caminhar,
se faz comigo,
o Abrigo.

para ele, o Fernando.

domingo, agosto 21, 2011

Sonho




Passos… 
o caminhar das horas embalam os meus sonhos…
vertigem… imagens… as batidas do meu coração ecoam…
… uma criança dança… leve como a brisa… 
seus olhos refletem o oceano imenso e profundo.
e eu, imersa.
O lugar da fera adormecida, 
das lagrimas esquecidas,
das mágoas perdidas. 
E ela, dança.
Em sonho sou mais feliz...
e ouço os passos do relógio...

quarta-feira, maio 25, 2011

... e tem gente que insiste em dizer que...



E tem gente que insiste em dizer que Viver é tarefa fácil... não... Viver implica em reflexão e escolha, implica em risco, em ser errante... na Vida o certo é o incerto. Nada está pronto. É preciso aprender a Viver. É a natureza do Ser pensante. E tem gente que insiste em dizer que...

sexta-feira, abril 15, 2011

cuidar

cuidar...
um olhar... um toque... um sorriso...
regar a semente...
 e as raízes serão profundas...
frondosa será a árvore... e ela dará frutos... doces frutos...

terça-feira, março 01, 2011

... breve.


... aquele amor, quase ligeiro que penetra... morna meu coração...
... aquele breve adeus na estação... bagagem que me pesa o peito.
... o toque daquele que amo, breve segundo e calafrio...
... o breve ilumina meus sentidos e passeio no tempo...
... o breve mora em mim... já passou... e permanece. 

sábado, fevereiro 19, 2011

e eu? estarei lá... vestida de Madrinha.


... caminhos serão percorridos por ele! e tantos serão! ele desvendará o mistério das letras, o quanto a música envolve e nos faz voar, descobrirá o mundo!
... sentirá a brisa boa de se ter um amigo por perto, o encanto dos amores, o calor e a intensidade da paixão, a beleza e o aconchego de uma família que transborda amor, o peso e o lucro de se ter obrigações, o sabor da dúvida, os ritmos da ciranda da Vida, a graça de tudo que é simples e o contrário... dias de sol e chuva que roubarão seu fôlego e inundarão sua alma...  é... ele experimentará o mistério de tudo que é Divino... e isso é lindo!
... alegrias, cirandas, sabores, amores, degraus, pontes, sorrisos, abraços, olhares, mistérios, montes e mares... ele irá saborear! e eu? estarei lá, de mãos dadas, vestida de Madrinha. amo!

para o Arthur, fofo da Dindinha!