terça-feira, abril 25, 2006

Não dito

Minhas palavras dizem o não dito,
murmuram cicatrizes,
rangem os dentes,
declaram o silêncio ( ),
gritam o mudo.

Minhas palavras traduzem o gesto,
mastigam meus tons,
frágeis e fortes,
sagrados e levianos.

Dizem que amo o que não toco,
não vejo mas sinto.
Minto verdades.
Minhas palavras emudecem fragmentos do que sinto,
fração de mim.

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