Aquilo que é tudo e nada, sentir-se completo e raso, o mundo e indivíduo, louco e ajustado.
Morre em agonia e calmaria, profundo e doído, alegria e estasia, aquilo que arrebata e já basta.
Chama o egoismo e assusta o contrário, desejo carnal e imaterial, no ímpeto devota e divide, ilude e palpita, sonho perfeito, fato imperfeito, as vezes rarefeito.
O tempo escoa e a saudade chama, flama. Sorriso largo, abraço quente, ofegante. Pra onde foi o menino? Dobrou a esquina, agora sem saída, foi-se aquela Vida.
Não existência. Ausência.
Fecho os olhos e crente meu coração sente... pura ilusão da mente. Não sigo seu rastro, não me prendo em sua fuga, não distante, desemboca na loucura.
a vida é assim põe a mesa água, pão e ar... devoro como um leão faminto mastigo e sinto as vezes doce as vezes amargo as vezes vomito me farto, como e parto.
O ser humano é difícil de entender, as vezes quente, as vezes frio, branco e preto, rígido e flexível, indócil e domável, insignificante e divino, grito e silêncio, covardia e coragem, amor e ódio. Ambivalente. Tudo num mesmo pacote. É... isso mesmo, somos um pacote. “Quem compra leva o pacote” diria uma querida amiga. Forças opostas e ocultas lado a lado. O legível e o invisível. Acho mesmo que somos como um iceberg, a imensidão encontra-se escondida... nas profundezas. As vezes a invocamos e assustamos mesmo com o tamando do “mistério”! Mistério humano. Todos os dias olho minha imagem refletida no espelho e não sei ainda quem sou, vejo o “lugar” físico, porém o “lugar” mental é um folhear, como a leitura de um bom livro... degustamos, mastigamos e engolimos e a cada dia o “corpo” pede mais, não se farta. É... o ser humano é difícil de entender... somos como aqueles lugares remotos, que cientistas e curiosos insistem em explorar, mas há sempre um novo lugar. Um novo descobrir. Até onde vamos? Que “lugar” é esse? Não sei, mas acredito que seja lindo, lindo. Coisa linda!
"Conhecer alguém aqui e ali que pensa e sente como nós, e que embora distante, está perto em espírito, eis o que faz da terra um jardim habitado." Goethe
é... nem mesmo Freud explica... tem gente que gosta de vinho com pão outros de manga no feijão uns querem muito, outros vão uns querem filhos, outros não uns amam muito, outros não uns esperam, outros divisão uns temperam, outros pimentão o sim e o não é... isso tudo as vezes no mesmo quinhão dúbia união coisa de alienado mente de insensado conversa de mentecapto todo "ser" é assim (?) ou eu sou "ser" assim (?) complico... vou proteger a humanidade de mim.
Meus quereres são muitos, um coração vivo, batente, vibrante, passos largos e dançantes, ombros soltos e menos contraídos, braços como asas, esperança gorda, olhos de ver o mundo, sem nó na garganta, mente em paz e segura, mas meus quereres são muitos. Estou na palma da mão de Deus, repousar e depois seguir, quero sim.
Quero que esta tempestade passe. Quero que o azul revele-se mais. Quero arrancar do peito esse medo, medo que devora o sonho, medo que devora e me acanho... Vá-se embora com meu pranto... Quero o brilho do ouro em minha aura. Quero o sorriso de uma menina. Quero o luar do seu olhar. Quero o sabor suculento e doce de uma ameixa que doa sua paixão. Quero vida. Ser feliz.
É... estou grávida. grávida do medo, do pranto... santo da luz, da fé, grávida sim... da "condição" humana. do ser errante, delirante, andante, insistente.
É... estou grávida... grávida do mundo... daquilo que é denso e fácil, sensato e demente, quieto e borbulhante, do sim e do não, do saber e do ignorante... e seus descendentes.