segunda-feira, março 27, 2006

Não mais

Imóvel no escuro,
Nem um passo, sequer um gesto,
Um lugar crepuscular, porém fresco.
Passam segundos,
uma luz pequena brilha,
pisca sem parar, incansável... um pirilampo.
O brilho ofuscante mostra o rumo,
e a quietude se torna insustentável, caminho.
Sigo cega, firme
como uma presa confiante ao fugir do predador.
No silêncio portas rangem e sigo o brilho.
Um piano canta e obstinada continuo.
Uma fresta... transparente, mágico diria,
provoca minha atenção
na imensidão crepuscular
preciso seguir...
Num instante o brilho freqüente se apaga, declara minha solidão
Escuto passos, lentos,
pretos passos,
uma mão se agarra a minha
me conduz
E a solidão se torna insustentável, caminho

Sigo firme, cega porém... não mais só.

Nenhum comentário: